11/12/2023
Tratamentos pouco invasivos, com resultados rápidos e com condições facilitadas de pagamento têm encorajado pacientes a entrar em clínicas e consultórios
Homens e mulheres estão cada vez mais dispostos a investir na aparência e há um mercado atento a essa demanda. Seja para o rosto, para o corpo ou para os cabelos, a promessa dos tratamentos é de que os pacientes façam as pazes com a imagem refletida no espelho. Em Caxias do Sul, o aquecimento do setor se manifesta em números: nos últimos cinco anos, os estabelecimentos de estética e outros serviços de cuidados com a beleza aumentaram 65,9%, passando de 865, em 2019, para 1.435, em 2023. Os dados são da Receita Federal.
Tratamentos pouco invasivos, com resultado rápido e condições facilitadas de pagamento têm encorajado pacientes a entrar em clínicas e consultórios da Serra. Graças à evolução tecnológica e à capacitação de profissionais de diferentes áreas da saúde, não é mais preciso recorrer apenas aos blocos cirúrgicos para ter resultados satisfatórios e que impactam na autoestima e no bem-estar.
O advogado Regis Morandi recorreu ao transplante capilar FUE, técnica que tem atraído os pacientes pelo resultado natural. Na foto, a médica Marina Rombaldi faz a análise do couro cabeludo.
Neimar De Cesero / Agencia RBS
Usar boné, variar o penteado ou ainda raspar totalmente a cabeça. São estratégias utilizadas para esconder os efeitos da alopecia androgenética, a calvície. Para além de questões de saúde, a perda dos fios está relacionada à estética, impactando no bem-estar e na autoestima não só de homens, como também de mulheres. A boa notícia é que graças à Medicina, à tecnologia e a profissionais dispostos a se atualizar, os tratamentos se popularizaram e é possível recuperar o cabelo sem ir muito longe.
Uma técnica, em especial, tem literalmente ganhado a cabeça daqueles que sofrem com este problema e estão dispostos a abrir a carteira. Trata-se do transplante capilar FUE (Follicular Unit Extraction, na tradução, extração de unidade folicular). O método, considerado minimamente invasivo, consiste na extração das unidades capilares de uma determinada parte do couro cabelo e implantação na área calva.
Médica Marina Rombaldi mostra o resultado de um paciente que fez o transplante capilar FUE.
Neimar De Cesero / Agencia RBS
Em Caxias, a Clínica Stërah comprova que o transplante FUE está em expansão. O empreendimento ampliou recentemente de dois para cinco o número de salas de cirurgia e prevê, nos próximos meses, realizar até cinco procedimentos por dia. A equipe de 44 pessoas também deve ganhar 10 novos profissionais em breve.
O público, predominantemente masculino, é diverso, abrangendo diferentes faixas etárias e classes sociais. Também há quem se desloque para a Serra somente para fazer a técnica: há atendimentos de moradores de Passo Fundo, Lajeado, Porto Alegre e até outras partes do país. São mais de 1,4 mil transplantes feitos em quatro anos.
Os homens estão mais preocupados com a aparência. O transplante é para eles o que a prótese é para as mulheres. - Lisiane Fenner Becker Rombaldi, Sócia da Clínica Stërah
— Temos pacientes que por muitos anos fizeram uma reserva financeira para se preparar para o procedimento. Então, o pai é calvo e o filho vê indícios de calvície e já começa a se preparar. Porque, de fato, os homens estão mais preocupados com a aparência. Costumamos dizer que, hoje, o transplante é para os homens o que a prótese é para as mulheres — comenta a sócia da clínica Lisiane Fenner Becker Rombaldi.
A médica Marina Rombaldi ressalta que a técnica se popularizou, principalmente, por não deixar cicatriz, ter uma recuperação tranquila e oferecer um resultado natural ao paciente:
— Exige todo um estudo, uma pesquisa da angulação do fio, do tipo de cabelo do paciente, que dão, ao final, um aspecto muito natural. Fazemos também um tratamento, um acompanhamento, anterior e posterior ao transplante. Não é apenas tirar e colocar cabelo — defende.
O transplante demora em torno de oito a 12 horas para ser realizado e o resultado final é visto em até 18 meses.
O advogado Regis Morandi, 35 anos, fez o transplante capilar em março. Ele ainda está na metade do tratamento, mas o resultado já é bastante perceptível e comemorado por ele
Neimar De Cesero / Agencia RBS
É consenso entre profissionais da área e quem busca pelo transplante capilar: a mudança no visual não impacta apenas na imagem vista no espelho. Os relatos dos pacientes que tratam a calvície falam sobre aumento da confiança, melhora no rendimento profissional e estímulo para investir em outros cuidados de saúde e estéticos.
— O que percebemos é que acontece uma grande transformação na vida deles. Muitos homens usavam qualquer roupa, se olhavam pouco no espelho, mal penteavam o cabelo. Quando eles realizam o procedimento, começam a se enxergar de outra forma, performam melhor no trabalho, nas relações familiares e com os amigos, começam a fazer exercícios, a se alimentarem melhor. É uma mudança completa — relata a sócia-proprietária da Clínica Stërah, Lisiane Fenner Becker Rombaldi.
Recomendo a quem puder fazer que faça. -Regis Morandi, Advogado
Quem vive os impactos dessa transformação é o advogado Regis Morandi, 35 anos. Incomodado com os sinais da calvície, ele decidiu investir em um tratamento capilar no ano passado. O protocolo para o método FUE começou em novembro e a transferência dos fios foi realizada em março deste ano. O resultado, mesmo não sendo o final, é perceptível e comemorado por ele.
— O cabelo é muito importante para a autoestima masculina e foi por este motivo que eu optei por fazer o transplante capilar. Não me arrependo. Recomendo a quem puder fazer que faça. Eu me sinto mais jovem — avalia.